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Pai de Sean responde a críticas da avó materna e diz que família brasileira "expôs" garoto

David Goldman, pai do menino Sean Goldman - Silvia Izquierdo/AP
David Goldman, pai do menino Sean Goldman Imagem: Silvia Izquierdo/AP

Do UOL, em São Paulo

27/04/2012 14h51Atualizada em 27/04/2012 15h05

David Goldman, o pai de Sean Goldman, respondeu nesta sexta-feira (27) às críticas da avó materna do garoto de 11 anos em relação à entrevista que o menino concedeu à rede NBC e que irá ao ar hoje à noite nos Estados Unidos.

Silvana Bianchi, mãe de Bruna Bianchi --mãe do garoto, falecida em 2008--, qualificou ontem como “crueldade” e “exibição” a entrevista do garoto à emissora americana.

Ao que o pai do garoto respondeu: “Eu acho que exibição foi quando eles desfilaram com o meu filho pelas ruas do Brasil no último dia, quando ele supostamente teria de ser entregue a seu pai para voltar aos EUA. Quem é cruel e quem é exibicionista? Revejam os vídeos da cena em que eles desfilaram Sean pelas ruas”. As afirmações foram feita ao programa “Today”, também da rede NBC.

Sean virou pivô de uma polêmica internacional sobre custódia depois que sua mãe brasileira morreu. Em 24 de dezembro de 2009, o garoto retornou aos Estados Unidos para ficar com o pai biológico americano, mas a disputa ainda não terminou na Justiça nacional. O caso deverá ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal e a família brasileira defende que o menino seja ouvido sobre sua vontade ou não de voltar ao Brasil.

Trechos da entrevista de Sean à NBC foram divulgados ontem. Entre outras declarações, o garoto afirma que, no começo, não chamava David Goldman de “pai”, mas depois de mais de dois anos eles desenvolveram uma relação de pai e filho. “Outros pais podem ser apenas pais, mas ele é mais que um pai.”

Histórico do caso

Após a morte da mãe --que morava nos EUA, mas voltou ao Brasil com o filho--, Sean passou a ser criado pelo padrasto e pelos avós maternos, no Brasil. Mas seu pai biológico --que já tentava reaver sua guarda desde 2004, quando Bruna deixou os EUA e pediu o divórcio--, entrou com um processo na Justiça americana. Outro processo já estava em andamento no Brasil.

Em 2009, o ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu uma liminar suspendendo decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª região, que determinava a entrega de Sean ao pai biológico. Contudo, a liminar foi suspensa pelo ministro Gilmar Mendes no final de 2009, o que permitiu que Sean viajasse para os Estados Unidos.

A avó do menino, Silvana Bianchi, alega que o pai impede contato entre eles. A disputa começou depois da morte de Bruna, por complicações no parto de uma menina, filha de seu novo casamento.

O debate sobre o caso chegou a criar incômodos diplomáticos entre Brasil e Estados Unidos, mobilizando a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton e o então embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel. A questão Sean também esteve presente em conversa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Barack Obama em visita a Washington.

Em dezembro do ano passado, a reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” foi a Tinton Falls, distrito de Nova Jersey, e conversou com um vizinho que afirmou que Sean tornou-se “um típico garoto americano”. A reportagem tentou entrevistar o pai do menino, mas Goldman só dá entrevistas à mídia dos EUA.